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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Taxista que atropelou mulher no PR diz que dirigiu por 24h seguidas

Táxi atinge a aposentada Mirtes Podesta em calçada de Maringá (Foto: RPC TV Maringá/Reprodução)  O taxista Elton Rafael Garcia, de 22 anos, disse ao G1, nesta quarta-feira (27), que estava trabalhando 24 horas seguidas antes de atropelar a aposentada Mirtes de Oliveira Bodesta, de 64 anos, na região central de Maringá, no norte do Paraná, na terça-feira (26). Ele diz não lembrar do momento do acidente, já que estava em "estado de sonolência".
As imagens da câmera de segurança de uma loja mostraram o carro conduzido por Garcia atravessando a Avenida Piratininga, cuja preferencial era do carro que seguia pela Avenida Santos Dumont.  Com a batida, o táxi invade a calçada em que a aposentada estava e a arremessa a cerca de dez metros. A mulher está internada em um hospital da cidade e se recupera bem.
"Eu não lembro de nada, nada. Trabalhei durante a noite inteira, estava em estado de sonolência. Minha cabeça estava parando. Eu parei de funcionar. Só fui acordar quando o airbag estourou na minha cara", relata Garcia.

O jovem conta que viu a idosa caída no chão, após ter sido retirado do carro por pessoas que passavam no local, mas que não estava em condições para ajudá-la.Eu saí, olhei os velocímetros dos dois carros parados. O meu estava em 50 Km/h. O do outro motorista estava em 120 Km/h. Quando desci, já vi ela [Mirtes] no chão e entrei em pânico, em desespero. Não consegui olhar. Tenho pavor de sangue, sabe? Virei o rosto e já pedi para alguém chamar o socorro", lembra.
Elton trabalhava há dois meses como taxista, segundo ele. Ele transportaria um último passageiro antes de devolver o carro para o dono em um ponto de táxi da cidade. "Não dormi esta noite. Minha maior preocupação é a senhora. Tenho vontade de visitar ela, pedir milhões de desculpas. Querendo ou não, a vida dela agora vai ser outra".
O condutor do táxi teve luxações em um dos joelhos, no peito e nas mãos, segundo ele próprio. A Polícia Civil disse que não há registros de boletins de ocorrência contra ele e que, para ele ser indiciado por lesão corporal culposa, a própria vítima deve apresentar denúncia em 6 meses.
Outro lado
Pascoal Pussi, o outro motorista envolvido no acidente, contesta a versão do taxista. O aposentado de 70 anos diz que trafegava a cerca de 40 Km/h pela Avenida Santos Dumont, quando o outro carro "surgiu".
"Eu estava levando meus netos [de 8 a 11 anos] para a escola, como sempre faço pela manhã. Meu costume é andar até devagar demais, a 30, 40 Km/h. Como o trânsito estava livre, ia passando tranquilo pelo cruzamento, quando o táxi surgiu. A velocidade era tanta que eu nem vi. Não lembro de nada, como foi. Só lembro de ter ouvido um estouro", afirma.
"Eu não sei nem como estou aqui. Se acontecesse segundos depois, ele pegaria em cheio em minha porta. Com certeza, a chance de eu sobreviver seria mínima. Eu estou bem triste, ainda atordoado, mas agradeço muito pelo milagre", comenta.
Vítima se recupera bem, diz hospital
Mirtes de Oliveira Podesta passou por uma cirurgia na tarde de terça-feira (26) e segue internada no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Maringá. Ela teve os braços e uma perna fraturados e deve passar por outras duas cirurgias, de acordo com o boletim médico.

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