O taxista Elton Rafael Garcia, de 22 anos, disse ao G1,
nesta quarta-feira (27), que estava trabalhando 24 horas seguidas antes
de atropelar a aposentada Mirtes de Oliveira Bodesta, de 64 anos, na
região central de Maringá, no norte do Paraná, na terça-feira (26). Ele
diz não lembrar do momento do acidente, já que estava em "estado de
sonolência".
As
imagens da câmera de segurança de uma loja mostraram o carro conduzido
por Garcia atravessando a Avenida Piratininga, cuja preferencial era do
carro que seguia pela Avenida Santos Dumont. Com a batida, o táxi
invade a calçada em que a aposentada estava e a arremessa a cerca de dez
metros. A mulher está internada em um hospital da cidade e se recupera
bem.
"Eu não lembro de nada, nada. Trabalhei durante a noite inteira, estava
em estado de sonolência. Minha cabeça estava parando. Eu parei de
funcionar. Só fui acordar quando o airbag estourou na minha cara", relata Garcia.
O jovem conta que viu a idosa caída no chão, após ter sido retirado do
carro por pessoas que passavam no local, mas que não estava em condições
para ajudá-la.Eu saí, olhei os velocímetros dos dois carros parados. O meu estava
em 50 Km/h. O do outro motorista estava em 120 Km/h. Quando desci, já vi
ela [Mirtes] no chão e entrei em pânico, em desespero. Não consegui
olhar. Tenho pavor de sangue, sabe? Virei o rosto e já pedi para alguém
chamar o socorro", lembra.
Elton trabalhava há dois meses como taxista, segundo ele. Ele
transportaria um último passageiro antes de devolver o carro para o dono
em um ponto de táxi da cidade. "Não dormi esta noite. Minha maior
preocupação é a senhora. Tenho vontade de visitar ela, pedir milhões de
desculpas. Querendo ou não, a vida dela agora vai ser outra".
O condutor do táxi teve luxações em um dos joelhos, no peito e nas
mãos, segundo ele próprio. A Polícia Civil disse que não há registros de
boletins de ocorrência contra ele e que, para ele ser indiciado por
lesão corporal culposa, a própria vítima deve apresentar denúncia em 6
meses.
Outro lado
Pascoal Pussi, o outro motorista envolvido no acidente, contesta a
versão do taxista. O aposentado de 70 anos diz que trafegava a cerca de
40 Km/h pela Avenida Santos Dumont, quando o outro carro "surgiu".
"Eu estava levando meus netos [de 8 a 11 anos] para a escola, como
sempre faço pela manhã. Meu costume é andar até devagar demais, a 30, 40
Km/h. Como o trânsito estava livre, ia passando tranquilo pelo
cruzamento, quando o táxi surgiu. A velocidade era tanta que eu nem vi.
Não lembro de nada, como foi. Só lembro de ter ouvido um estouro",
afirma.
"Eu não sei nem como estou aqui. Se acontecesse segundos depois, ele
pegaria em cheio em minha porta. Com certeza, a chance de eu sobreviver
seria mínima. Eu estou bem triste, ainda atordoado, mas agradeço muito
pelo milagre", comenta.
Vítima se recupera bem, diz hospital
Mirtes de Oliveira Podesta passou por uma cirurgia na tarde de
terça-feira (26) e segue internada no Hospital Santa Casa de
Misericórdia de Maringá. Ela teve os braços e uma perna fraturados e deve passar por outras duas cirurgias, de acordo com o boletim médico.
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