O grito de gol ficou entalado na garganta dos flamenguistas que
lotaram o Maracanã na noite de quarta-feira boa parte do jogo. Mas
quando saiu, foi para liberar de vez a emoção de uma torcida que jogou
junto e viu o time abrir o placar aos 41 e ampliar aos 49 minutos do
segundo tempo. Gols de Elias e Hernane, personagens mais do que
essenciais na conquista do time de Jayme de Almeida. O treinador, que
assumiu justo após uma partida contra o Atlético-PR, na derrota por 4 a 2
pelo Campeonato Brasileiro, quando Mano Menezes pediu demissão. Desta
vez, o Furacão virou brisa e quase não levou perigo ao gol de Felipe.
Na vitória por 2 a 0
(assista aos melhores momentos no vídeo acima),
Luiz Antonio roubou a cena. Mesmo antes de chegar ao fim eleito como o
melhor em campo e fazer a jogada do gol do Brocador, quase conseguiu
adiantar o alívio do Rubro-Negro carioca. Em uma cobrança de falta que
lembrou Petkovic, a bola caprichosamente acertou a trave e adiou o
início da festa. Entre os destaques, também aparecem a consagração de
Léo Moura, que levantou um pesado troféu - precisando de certa ajuda -
pela primeira vez como capitão e a redenção de Carlos Eduardo, que saiu
ovacionado pela torcida, apesar da atuação apagada. André Santos e
Felipe deram sustos e as confusões dentro de campo marcaram presença,
mas nada que chegue perto de manchar o ponto final da trajetória
vitoriosa.
LÉO MOURA ergue taça pesada
Aos
35 anos, o lateral-direito é o que há mais tempo está no Flamengo.
Tornou-se uma marca registrada: o time, desde 2006, é formado por Léo
Moura e mais dez. E, mesmo depois de ganhar quatro estaduais, uma Copa
do Brasil e um Brasileiro, pela primeira vez o camisa 2 pôde sentir o
gosto de levantar o troféu em uma conquista. Estreando como capitão
rubro-negro em uma decisão, o resultado trouxe a consagração, e Léo teve
trabalho para levantar a pesada taça. Primeiro, Paulo Pelaipe, diretor
de futebol, ofereceu auxílio, que foi recusado. Depois de respirar fundo
e ser empurrado pelos companheiros, enfim, o objeto foi erguido. Como o
próprio havia dito na véspera da partida contra o Atlético-PR, mais uma
página vitoriosa escrita em sua história no clube, que ainda segue com a
disputa da Libertadores em 2014.
NOITE DE CAMISA 10 PARA LUIZ ANTONIO
Luiz Antonio foi eleito oficialmente, e também pelas
atuações do GLOBOESPORTE.COM
- recebeu nota 9 -, o melhor em campo na final. E de forma merecida.
Além de ser o maior finalizador do Flamengo na partida - com seis
arremates, um terço do total de toda a equipe - e de fazer uma linda
jogada no gol de Hernane, o volante ainda esteve perto de ampliar seus
feitos na noite de vitória no Maracanã. Aos 41 minutos da etapa inicial,
o mais superticioso dos torcedores certamente se lembrou do histórico
gol de Petkovic, no tricampeonato estadual em cima do Vasco, em maio de
2001. Também num dia 27, desta vez de novembro de 2013, Luiz cobrou
falta que lembrou a maestria do sérvio mais rubro-negro de todos os
tempos. A bola, no entanto, acertou de forma cinematográfica a junção da
trave esquerda da meta de Weverton com o travessão. A inauguração do
placar estava adiada, e o camisa 15 ainda teria de aguardar para liberar
a emoção dentro de campo.
Uma
das principais contratações do clube no início da temporada, Carlos
Eduardo viveu momentos de amor e ódio com a torcida ao longo de 2013.
Muito contestado por suas atuações, porém, teve apoio incondicional de
Jayme de Almeida e se firmou como titular na campanha que levou o
Flamengo até a final da Copa do Brasil. No jogo decisivo, veio o alívio.
Substituído aos 19 minutos do segundo tempo para dar lugar a Diego
Silva, o camisa 20 pôde, enfim, deixar o campo com apoio, ao ouvir os
gritos de seu nome ecoarem da arquibancada do Maracanã. Homenagem e
suporte ao meia flamenguista: "Carlos Eduardo! Carlos Eduardo! Carlos
Eduardo!"
A
final passava sem maiores perigos para a meta de Felipe, que sequer
havia sido exigido para alguma defesa. Passava. Dois lances em sequência
trouxeram sustos para a torcida do Fla na etapa final. Aos 23 minutos, o
goleiro flamenguista saiu de forma esquisita para ficar com a bola em
jogada aérea, mas acabou largando-a, quase dando a oportunidade de gol
para os rivais. Dois minutos depois, André Santos por pouco não jogou
contra o patrimônio. Depois de cruzamento de Marcelo pela esquerda, o
lateral-esquerdo chegou para cortar, e certamente levou parte da torcida
a colocar as mãos na cabeça. Desta vez, Felipe estava atento, e a bola
apenas passou à esquerda do gol.
As
chances de gol não foram muitas ao longo da partida, mas o clima de
final pôde ser evidenciado pelos momentos de tensão entre os
adversários, que soltavam faíscas. Ainda no primeiro tempo, André Santos
chegou para dividir uma bola com Juninho, dentro da área no ataque do
Flamengo. O goleiro atleticano, Weverton, pagou geral para o
lateral-esquerdo rival, e o árbitro Leandro Vuaden apenas apartou,
acalmando os ânimos. Já na etapa final, Dellatorre derrubou Samir e
acabou acertando-o com a bola na sequência. Com isso, muitos
companheiros do jovem zagueiro chegaram para tirar satisfações. Mãos
para todos os lados, inclusive no rosto do rival, e cartão amarelo para
os dois primeiros envolvidos no lance. As punições aumentaram
gradativamente: no último tumulto, depois da comemoração do gol que
abriu o placar, Ciro e André Santos bateram boca, trocaram ofensas e
ainda acabaram expulsos.
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