O
presidente da APPM, Arinaldo Leal, convocou a reunião para que os
prefeitos debatam sobre as dificuldades enfrentadas em suas gestões.
“Hoje, o prefeito tem que optar entre pagar o servidor ou pagar conta da
Eletrobras ou INSS. Isso não é calote”, desabafou. Ele acrescenta que a
situação dos municípios atualmente é caótica e preocupante.
Os gestores disseram que estão tendo que complementar o Fundo de Participação e isso está desequilibrando as finanças.
Paulo
Aparecido de Carvalho, prefeito de Santo Inácio, deveria receber R$ 50
mil do Fundeb, mas está recebendo apenas R$ 30 mil. O restante tem de
ser complementado. “É preciso mudar o sistema em que a moeda é o aluno.
Em 2017-2018, como vai ser, se não vamos ter alunos?”, questiona.
Segundo
o prefeito de Coronel José Dias, Manuel Oliveira, o Manim, um dos
gargalos é que o Fundeb não cobre a folha de pagamento. “Hoje temos uma
folha de R$ 205 mil, mas o Fundo só repassa de R$ 170 a 180 mil. O
restante nó temos que cobrir”, reclama.
O
prefeito de Cocal, Rubens Vieira, ressaltou que, além do problema da
queda de recursos – que afeta diretamente Educação e Saúde –, os
municípios estão sofrendo com a estiagem. “São três anos de seca
constante. As reservas de água já secaram”, pontua.
Já
Reginaldo Júnior, prefeito de Palmeirais, afirma que a Eletrobras é seu
pior problema. “Falta energia constantemente e isso compromete o
funcionamento do hospital e até do posto de combustível”, diz.
Uma
das falas mais duras é a de Luiz Neto, prefeito de Amarante, que
reclama da falta de recurso e da falta de atuação do Governo Federal.
“Cem por cento dos municípios estão em dificuldades e alguns estão
quebrados. Em Amarante, tivemos que baixar o salário do prefeito, do
vice e dos secretários, mas ainda não resolvemos o problema. O Estado
não larga o osso. A arrecadação vem caindo e a situação é delicada”,
descreve.
Neto
diz ainda que o pagamento de servidores em sua cidade está atrasado. “O
prefeito tem que colocar a cara na rua; vamos protestar. Todo mundo
está atrasando salário. O governo Dilma Rousseff é um feijão duro e só
vai na pressão”, acrescentou.
Entre
os parlamentares convidados, fez-se presente o deputado Julio César.
Ele está sendo bastante elogiado pelos gestores por sua atuação em
defesa dos municípios e recebeu até o apelido de “Oswald de Sousa dos
Prefeitos”, em alusão ao famoso matemático brasileiro.
Flash de Yala Sena
Redação Carlos Lustosa Filho
redacao@cidadeverde.com
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