Assim, a Alemanha chega ao tetracampeonato, se igualando
à Itália e ficando a uma conquista da Seleção Brasileira, única
pentacampeã e maior vencedora. É a primeira vez que o time conquista o
título desde a reunificação do país: os outros três foram ganhos como
Alemanha Ocidental, em 1954, na Suíça; em 1974, na Alemanha; e em 1990,
na Itália.
A Argentina de Messi lutou até o final, mas
essencialmente se defendeu no gramado do Maracanã, mostrando muito
perigo nos contra-ataques. O camisa 10 teve momentos de brilho, mas
passou longe de ser protagonista. A Alemanha, como de costume, sequer
teve candidatos ao protagonismo: fez jogo coerente, equilibrado, seguro e
praticamente eficiente. Com isso, se sagrou campeã mundial no Brasil.
Domínio alemão, perigo argentino
O primeiro tempo no Maracanã teve domínio alemão, com
posse de bola e a iniciativa das ações, mas quem essencialmente levou
perigo foi a Argentina, que se fechou bem e, com exceção dos minutos
finais da etapa, permitiu poucas chances claras de gol. Os alemães ainda
tiveram de lidar com a ausência de Khedira, que se lesionou no
aquecimento e foi substituído por Kramer. Aos 18min, o jogador levou
pancada no rosto em dividida, foi atendido e voltou ao jogo, mas
precisou sair. Joachim Low, ousadamente, colocou o atacante Schurrle em
seu lugar.
A primeira grande chance teve falha de Kroos, que tentou
recuo de cabeça para a zaga, mas não viu Higuaín voltando da posição de
impedimento. O argentino recebeu a bola livre e, inexplicavelmente,
dominou mal e chutou para fora, quando poderia ter invadido a área e
preparado o gol. A rede foi estufada aos 31min, em erro de saída de bola
que culminou com cruzamento de Lavezzi e gol de Higuaín, mas o tento
foi anulado por conta do impedimento do atacante.
A Alemanha também perdeu duas boas chances por
impedimento. Aos 37min, Muller rolou para chute de Schurrle, que Romero
defendeu bem; no caminho, a bola passou raspando em Ozil, que estava em
posição irregular. Já aos 46min, Howedes cabeceou forte em cobrança de
escanteio e acertou a trave; no rebote, a bola bateu em Muller, pego em
impedimento, mas Romero se recuperou para fazer a defesa. O goleiro
ainda pegou chute de Kroos, da entrada da área, aos 42min.
Messii participou de todas as ações ofensivas da
Argentina e criou boa parte delas, mas teve apenas uma chance clara de
gol. Aos 39min, escapou pela ponta direita do ataque, invadiu a área e
tocou na saída de Neuer, mas o goleiro conseguiu desviar a bola, que
ficou pingando dentro da área. Antes que Lavezzi pudesse completar para o
gol, Boateng se esticou e afastou com um chutão. Foi um primeiro tempo
de equilíbrio e boas oportunidades.
Exaustão física e escassez de chances
O segundo tempo começou com mudança na Argentina:
Lavezzi deu lugar a Aguero. Logo aos 2min, o time criou grande chance
com lançamento em profundida para Messi, que invadiu a área pela
esquerda e bateu cruzado, mandando a bola rente à trave. O jogo ficou
mais truncado, com os clubes disputando cada centímetro do gramado, cada
segundo da posse de bola. As chances de gol ficaram escassas.
As faltas ficaram mais duras, e o árbitro começou a
distribuir cartões amarelos em meio a discussões e provocações. Talvez
pela exaustão física do Mundial, os erros ficaram mais comuns. Aos
26min, por exemplo, Schurrle recebeu em grande condição entre a zaga
argentina e dentro da área após troca de passes alemã na intermediária,
mas adiantou demais e deixou fácil para a saída de Romero.
Alejandro Sabella tirou Higuaín aos 32min e colocou
Palacio para tentar agitar o ataque argentino, mas foi a Alemanha que
passou a chegar mais na frente. Aos 37min, Schurrle recebeu lançamento
na ponta direita, invadiu a área e rolou para o meio, onde Kroos chegou
batendo forte, mas a bola foi para fora. Joachim Low fez a segunda
alteração com Gotze no lugar do exausto Klose. Aos 47min, ele recebeu
bola em contra-ataque, mas se precipitou e chutou de longe, rasteiro e
fraco. A partida foi para a prorrogação.
Prorrogação e tetracampeonato
Como se quisessem matar logo o jogo e surpreender, os
alemães começaram o tempo extra em ritmo frenético e quase chegaram ao
gol. No primeiro minuto, Gotze escapou pela ponta esquerda e rolou para
chute forte de Schurrle, mas Romero espalmou. A resposta foi passe de
Messi para Aguero, que recebeu na esquerda e chutou cruzado para fora.
Aos 7min, Palácio recebeu passe por cima da zaga e, livre, tentou dar
chapéu na saída de Neuer, mas jogou a bola longe demais e perdeu chance
incrível.
No segundo tempo, a arbitragem livrou Mascherano e
Aguero, que fizeram faltas duras e já tinham cartão amarelo – no caso do
atacante, acertou o braço em Schwinteiger e abriu corte no rosto do
alemão. Aos 8min, o jogador, já recuperado, puxou jogada pela esquerda e
cruzou pelo alto para Gotze, que matou a bola no peito e chutou de
perna esquerda para vencer Romero, abrir o placar e decidir o título da
Copa do Mundo.
A Argentina ficou com sete minutos para evitar o vice no
Maracanã. Aos 15min, na considerada última chance de gol, Messi teve
falta para cobrar pela direita da arquibancada. O chute pasou longe, por
cima. Não foi cruzamento, não foi chute ao gol. Foi o fim da Copa do
Mundo para a Argentina e a confirmação do tetracampeonato para a
Alemanha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário