"Ambos concordaram sobre os riscos que pairam sobre a democracia em virtude das ações violentas de grupos de extrema direita. Nesse contexto, discutiram a importância de se combater a desinformação", apontou nota do Palácio do Planalto.
O telefonema ocorreu duas semanas após bolsonaristas radicais invadirem e depredarem os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Planalto, em Brasília.
O ataque às sedes dos Três Poderes e à democracia foi sem precedentes na história do Brasil. Os golpistas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.
"Durante nossa conversa, reiterei ao presidente Lula o apoio da França após os ataques à democracia brasileira. Reafirmamos nossa determinação de agir pelo clima, pela biodiversidade, por nossas florestas e contra a fome. Vamos enfrentar esses desafios", publicou Macron em uma rede social.
Meio ambiente
A conversa entre Lula e Macron durou mais de uma hora, disse o governo, e os presidentes falaram também sobre esforços para combater a mudança do clima.
Lula, afirmou o Planalto, expôs a Macron os objetivos da Cúpula dos Países Amazônicos – que busca organizar nos próximos meses – e da importância da participação da França, único país europeu a compartilhar desse bioma, por meio da Guiana Francesa.
"Ao tratar de temas da governança global, concordaram sobre a importância da readequação da arquitetura financeira internacional como instrumento de financiamento da transição climática e de combate à fome e à desigualdade. Foi lembrado que Índia e Brasil, que ocupam a presidência do G-20 neste ano e no próximo, terão papel central nesse debate", disse o Planalto em nota.
Segundo o governo, Lula disse a Macron que vem tratando com os demais sócios do Mercosul a "necessidade de concluir as negociações do acordo Mercosul-União Europeia".
O assunto foi discutido com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em reunião realizada em Buenos Aires durante viagem do presidente brasileiro ao país.
"A urgência em se buscar a paz entre Rússia e Ucrânia mereceu ampla troca de opiniões entre os dois mandatários. O presidente Lula ressaltou a necessidade de maior engajamento dos líderes globais com esse objetivo, no âmbito da ONU e de um 'G20 político'", apontou o governo brasileiro no comunicado.
Convite
Lula ainda convidou Macron para visitar o Brasil e conhecer o estaleiro em Itaguaí (RJ), em que são construídos os submarinos convencionais e o submarino a propulsão nuclear fruto da cooperação bilateral entre os dois países.
"Uma excelente conversa por telefone com o amigo Emmanuel Macron. Fiz um convite para vir ao Brasil, para aprofundarmos nosso trabalho conjunto contra as mudanças climáticas, no combate à fome e pela defesa do meio ambiente", escreveu Lula também em uma rede social.
Fonte: G1
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