Até aqui, elas perderam apenas um set. E podem melhorar a bela campanha neste domingo, às 10h (de Brasília) contra outro grande forte adversário, os Estados Unidos.Enfrentar a Rússia sempre traz lembranças amargas para a seleção brasileira feminina. Alguns recordam da derrota doída na semifinal das Olimpíadas de Atenas 2004, quando o time liderava por 24 a 19 para fechar o jogo e levou a virada, outros pensam nas duas derrotas tristes nas finais dos dois últimos Mundiais, em 2010 e 2016.
Um misto de concentração e um certo nervosismo eram visíveis nas 12 atletas que iniciaram a partida no Ibirapuera. Embalado pela torcida que novamente lotou o antigo ginásio, a seleção brasileira começou melhor, sacando bem e quebrando o passe russo. Isso facilitou o contra-ataque, que contava com boa atuação da oposta Fernanda Garay e um bloqueio eficiente. A seleção conseguiu abrir quatro pontos logo no início. Porém, as russas melhoraram ao fazer uso das suas famosas bolas altas, dificultando a vida da defesa brasileira e equilibrando a partida. Era o momento de as comandadas do técnico José Roberto Guimarães retomarem o plano tático inicial e forçarem mais o saque para não dar contra-ataques fáceis para as suas oponentes. Foi exatamente o que a levantadora Dani Lins conseguiu. Ela teve uma sequência muito boa de quatro saques e fez o Brasil abrir sete importantes pontos (19 a 12).
A partir daí, fechar o primeiro set virou algo menos complicado, ainda mais quando se pode contar com uma defesa inspirada e um verdadeiro paredão, principalmente com Thaisa e Fabiana. Mas coube a oposta Tandara, que acabara de entrar, o prazer de bloquear Goncharova para fechar em 25/15, após 24 minutos.Frias, as russas não se abalaram com o consistente primeiro set da atual bicampeã olímpica e usaram da arma brasileira para largar na frente na segunda parcial. Sacando bem, elas dificultaram o passe das mandantes e conseguiram explorar bons contra-ataques, principalmente com Goncharova e Zaryazhko, que pontuaram após dois ralis eletrizantes. Alguns erros de recepção permitiram que as europeias tivessem 8 a 4 no placar quando aconteceu o primeiro tempo técnico.
O time se encaixou no momento mais importante e conseguiu uma virada sensacional. Após estar perdendo por 19 a 16, as meninas fizeram cinco pontos consecutivos e viraram o placar para 21 a 19. A principal responsável foi Thaisa, que chamou a responsabilidade no meio de rede. Ela fez quatro pontos na reta final. Com um set point no serviço, coube a Jaqueline acertar um bonito saque para fechar um set que parecia perdido e fazer o público e as jogadoras vibrarem efusivamente: 25/21 e 2 sets a 0 na partida. Depois de uma reviravolta fantástica no segundo set, a seleção brasileira tinha convicção de que bastava manter a pegada para continuar mandando no jogo.
Cientes de que perderam a maior oportunidade que poderiam ter, as russas se abateram e passaram a cometer erros bobos. Era hora de aproveitar isso e Sheilla, Jaqueline e Thaisa fizeram exatamente isso. Seja bloqueando, usando a diagonal ou sendo mais rápida do que o paredão russo. Cada ponto do Brasil gerava uma bonita comemoração da torcida e das jogadoras, que não escondiam a alegria que é bater a temida Rússia, seja em qual competição for.
E o placar, que chegou a ser tão desfavorável no segundo set, apontava 13 a 9 para as donas da casa antes de uma parada técnica em que os sorrisos nos rostos das brasileiras teimavam em surgir em meio ao semblante de concentração. Os pontos foram acontecendo e vencer de forma sensacional era questão de tempo. E isso aconteceu após 26 minutos de terceiro set: 25/17.
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