Em um comunicado, o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, disse que Francisco “não procura se tornar famoso ou receber honras”.
“Mas se a escolha da personalidade do ano ajuda a espalhar a mensagem do evangelho - uma mensagem do amor de Deus por todos - ele certamente vai ficar feliz com isso”, acrescentou Lombardi.
Um dos pontos fortes de seus quase nove meses de Pontificado foi a divulgação da Exortação Apostólica - primeiro documento exclusivamente publicado por Francisco -, detalhando como a Igreja e o próprio papado devem ser reformados para criar uma instituição mais missionária e misericordiosa, com atenção especial aos pobres.
Na semana passada, Francisco formou uma comissão especial para a proteção de crianças, vítimas de abusos sexuais, e para a luta contra padres pedófilos, retomando sua intenção de enfrentar um problema que por muitas vezes foi ocultado na Santa Sé.
Além de cumprir as tarefas burocráticas com êxito, Jorge Bergoglio é conhecido pela quebra de protocolos. Há suspeitas de que ele sai do Vaticano à noite, vestido como um sacerdote comum, para se encontrar com homens e mulheres sem-teto”. E não poupa abraços e gestos de carinho a fiéis em suas audiências na Praça de São Pedro, no Vaticano, nas quais, por muitas vezes, dispensou a segurança destinada aos antigos pontífices.
Francisco também ganhou fama pelas duras críticas à corrupção, à burguesia, à guerra e à cultura do descarte. E por adotar uma postura mais flexível em relação a temas tabus para a Igreja, como o homossexualismo, e uma linguagem mais coloquial e próxima dos fiéis.
Apesar da idade avançada - ele completa 77 anos em 17 de dezembro -, Francisco vem mantendo um ritmo acelerado desde que assumiu o trono de São Pedro. Ele se levanta às 4h30 e deita às 22h, com uma curta sesta depois do almoço. Há relatos de que ele não tem o costume de tirar férias. E isso não mudou quando assumiu a liderança da Igreja Católica. Não foi a Castel Gandolfo, a residência de verão dos papas, e só concordou em suspender audiências gerais durante julho e agosto, devido ao intenso calor romano.
Edward Snowden fica em segundo lugar
Francisco foi selecionado pela revista a partir de uma lista de dez personalidades. Depois do Papa, ficou o ex-técnico da NSA Edward Snowden, que revelou o programa secreto de espionagem do governo dos Estados Unidos.
Outros finalistas foram o ativista de direitos dos homossexuais Edith Windsor, o presidente sírio Bashar al -Assad e o senador dos EUA Ted Cruz, do Texas.
No ano passado, o escolhido foi o presidente americano Barack Obama. A revista elege a personalidade do ano desde 1927.
FONTE:
O Globo
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