Por consequência das chuvas, 50 pessoas estão desabrigadas e 200 desalojadas na cidade, segundo a Defesa Civil Estadual. O município é um dos 45 que teve situação de emergência decretada pelo governo federal. No início da noite, equipes da Defesa Civil conseguiram acessar a cidade e o nível do rio começou a baixar, mas muitas residências continuavam alagadas. O município ficou sem energia elétrica, sinal de celular e telefone fixo durante o dia.
Residência do casal está alagada, em Santa Teresa (Foto: Juliana Borges/ G1 ES)
O casal contou que morava em apartamento, mas, há apenas 20 dias,
resolveram se mudar para a casa. "O que podemos fazer é nos apegar a
Deus, pensar que, hoje, têm pessoas que estão em situação pior que a
nossa. A gente preza pela vida, o resto das coisas a gente reconstrói.
Buscamos força de onde não tem. O sentimento que temos hoje é ainda o de
ajudar o próximo, que pode estar passando por momentos mais delicados",
lamentou Letícia Possatti.O marido Jhony disse que nunca pensou que passaria por essa situação.
"Quando conseguimos a casinha, acontece isso. Não dá nem para acreditar,
é desanimador, mas não podemos perder a força de lutar e conseguir tudo
de novo. Infelizmente hoje não conseguimos pensar em Natal, mas tudo
vai passar", declarou.Próximo à residência do casal, a água que transbordou do rio cobriu boa parte da Rua Jerônimo Vervloet, uma das principais da cidade, e toda a Travessa Padre Marcelino, além de outras vias. Uma forte enxurrada com correnteza se formou e os militares precisaram resgatar as pessoas com auxílio de cordas e também nas próprias costas.
A Travessa Padre Marcelino, no Centro de Santa Teresa, foi tomada pela água (Foto: Juliana Borges/ G1 ES)
TransporteUm ônibus intermunicipal saiu de Vitória no início desta manhã, com destino a rodoviária de Santa Teresa, mas não conseguiu passar da rua alagada. O motorista precisou retornar para a área ainda seca. A maioria dos passageiros viajava para o município e para outros da região para passarem o Natal com a família. "Estava indo passar o Natal com a minha avó, no distrito de Vargem Alegre, mas o ônibus não conseguiu passar. Na verdade, quando chegamos a Santa Teresa, dava para passar, mas um lojista alertou o motorista e a água só foi subindo. Então ficamos presos", contou a estudante Thais Araújo.
Militares da Aeronáutica ajudaram no resgate de
moradores (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Na entrada de Santa Teresa, onde a água ainda não havia chegado até o início da tarde, moradores também já temiam as consequências da chuva, principalmente por causa do perigo de queda de barreiras. A funcionária de um restaurante no local, Cléia Busato, contou que desligou toda a energia de casa e do estabelecimento assim que percebeu que a queda de um barranco poderia atingir a fiação.
"Estamos só vigiando para ver o que acontece, mas se as árvores caírem na fiação, a estrada fica bloqueada e aí sim o município vai ficar completamente isolado. Nosso Natal acabou, vamos ficar em casa quietos, só orando e vigiando", disse.
De acordo com a Defesa Civil Estadual, os acessos aos municípios vizinhos estão precários, principalmente até Santa Leopoldina, onde apenas é possível chegar de avião ou com veículos especiais do Exército. Na estrada há áreas alagadas e também queda de barreiras.
Terra cedeu na entrada de Santa Teresa (Foto: Juliana Borges/ G1 ES)
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