Independentemente
de qual seja o resultado do julgamento em primeira instância pelas
escalações do meia Héverton, da Lusa, e do lateral-esquerdo André
Santos, do Fla, o campeonato já está manchado por ter a “última rodada”
na corte e não no estádio.
O
assunto tomou grande proporção durante a semana passada. De um lado os
argumentos dos que defendem a manutenção do resultado de campo, em nome
da moral. Do outro, os que alegam a necessidade de que o Código
Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), no seu artigo 214 seja
respeitado.
Portuguesa
e Flamengo já definiram a estratégia para tentar escapar da punição
prevista, que é a perda de quatro pontos. Os clubes terão a chance de
fazer isso no mesmo julgamento, caso seja atendida a requisição do Fla
de entrar no processo da Lusa como terceiro interessado.
Por
outro lado, o Fluminense também pediu para entrar no caso. O Tricolor
passou a semana inteira ressaltando que a responsabilidade da denúncia
no STJD foi da CBF, mas, como precaução para poder recorrer contra uma
decisão desfavorável, também pediu para entrar como terceiro
interessado.
A
defesa da Lusa tentará convencer os auditores que não agiu de má-fé e
que Héverton, por ter atuado só 13 minutos, não teve influência no 0 a 0
com o Grêmio. O Fla, por sua vez, argumenta que a suspensão de André
Santos foi cumprida contra o Vitória, no Brasileirão, jogo subsequente à
final da Copa do Brasil, quando o lateral levou vermelho. Mas o
entendimento da procuradoria do STJD é que, como os jogos foram em
competições diferentes, o clube só poderia fazer André cumprir o gancho
após julgamento.
NOVE CONDENADOS NO MESMO ARTIGO EM 2013
O
retrospecto de condenações do STJD em casos de denúncia por escalação
irregular não é de animar Portuguesa e Flamengo. De outros 11 processos
até aqui, foram nove condenações, uma absolvição e um caso em andamento,
que é o do Cruzeiro. Só quem conseguiu escapar da perda de pontos foi o
Duque de Caxias, na Série C, por causa do uso do atacante Rafinha.
–
A única absolvição se deu por erro assumido da CBF quanto à publicação
de prorrogação do contrato no Boletim Informativo Diário (BID) – contou o
procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt.
Entre
os condenados está o Naviraiense, por exemplo, que foi excluído da Copa
do Brasil como punição e permitiu a continuidade do Paysandu na
competição.
No
caso do Cruzeiro, o clube foi absolvido em primeira instância por
colocar no banco o goleiro Elisson, mas a procuradoria recorreu. Novo
julgamento será marcado.
AMEAÇA DE PROTESTOS
O
clima tenso dentro do STJD se repetirá no lado de fora. Tudo por conta
da promessa de protestos em frente ao Tribunal, que fica no Centro do
Rio. Por precaução, um efetivo policial de 80 homens, além de agentes do
batalhão de choque, ficarão atentos para evitar tumultos e garantir a
segurança.
Há
ameaças de manifestações dos dois lados da moeda. Torcedores da
Portuguesa, que fizeram um protesto com cerca de 500 pessoas, sábado, na
Avenida Paulista, em São Paulo, disseram que estarão no Rio para gritar
contra uma possível condenação do clube. Segundo a liderança dos
torcedores da Lusa, haverá mais gente nas ruas cariocas do que houve na
capital paulista.
Por
outro lado, a torcida do Fluminense está se mobilizando pelo Facebook
para “assegurar o cumprimento da lei” no STJD. O evento “Volta pra Série
A” foi criado na rede social e conta com mais de 2 mil confirmações de
presença. Dentro do Tribunal, até o número de jornalistas será
controlado, para evitar tumulto.
Fonte: Lancenet
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