Pelé se recusa a sortear grupos da Copa para não prejudicar o Brasil

Pelé não quis ser protagonista no sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014, na Costa do Sauípe, a partir de 14 horas (horário de Brasília) de sexta-feira. Convidado para o evento pela presidenta Dilma Rousseff, ele fugiu da incumbência com medo de prejudicar a seleção brasileira.
"A presidente Dilma me indicou para representar o Brasil na hora de tirar as bolinhas, o que já fiz várias vezes. Preferi recusar porque não me sinto muito confortável em pegar bolinhas que não sejam favoráveis ao Brasil. Resolvi ficar fora dessa", explicou Pelé, fazendo questão de abordar o tema ao participar de um evento publicitário em São Paulo, nesta quarta-feira.
Ao lado de Michael Phelps, maior atleta olímpico de todos os tempos, Pelé não gostou de ouvir que é "pé-frio" em uma pergunta. "Ganhei cinco Mundiais, dois com o Santos e três com a Seleção, e fiz mais de mil gols, então você tem toda a razão: sou pé-frio", ironizou, arrancando aplausos e risadas dos presentes.
De qualquer forma, Pelé tem evitado dar motivos para a sua fama de "pé-frio" aumentar. Frequentemente criticado por seus palpites que não se confirmam, ele não quis apontar apenas uma seleção como favorita ao título mundial em 2014 - elogiou bastante Alemanha e Espanha - e nem assim escapou de sarcasmo. Luiz Felipe Scolari, técnico do Brasil, disse que o time alemão passava a ficar ameaçado após o prognóstico.Em dois dias, Pelé terá um embasamento maior para arriscar previsões, com os grupos do Mundial definidos. Ele só estranhou a fórmula adotada pela Fifa no evento: "Realmente, está um pouco confuso, com um conflito de entendimento. Mas não há nada de mais grave, pois é somente um sorteio das chaves. Isso não indica nada".
Com a recusa de Pelé, as personalidades selecionadas pela Fifa para auxiliar o secretário-geral Jérôme Valcke na retirada das bolinhas foram o uruguaio Alcides Ghiggia, o inglês Geoff Hurst, o brasileiro Cafu, o italiano Fabio Cannavaro, o argentino Mario Kempes, o espanhol Fernando Hierro, o francês Zinedine Zidane e o alemão Lothar Matthaus.
Pelé ficará na plateia, com os pés bem aquecidos por meias e sapatos sociais. "Estarei lá, se Deus quiser. Vou dar entrevistas, acompanhar as delegações do exterior e fazer o que for necessário, representando a presidente Dilma. Talvez ela esteja comigo, mas isso ainda não é certo", concluiu, sorridente.

Fonte: iG