A
lista de reivindicações engloba desde melhorias em serviços de saúde,
educação e transporte público, o fim dos gastos excessivos com a copa e a
defesa de causas que envolvem igualdade social - no caso, por exemplo,
dos homossexuais e representantes de instituições como o Ministério
Público, que luta contra a aprovação da PEC 37. "A gente está
protestando por um país melhor, um país onde todos tenham direito a
educação e a saúde, não um país que gasta bilhões com copa e esquece as
pessoas nos hospitais sofrendo nos corredores. Gente sem estudar por
causa das escolas deterioradas", diz a estudante de Letras Cleudeane
Ribeiro, da Universidade Federal do Piauí.
Para
ela, a junção de todas as reivindicações serve para que os políticos
enxerguem que é uma luta por um país melhor. "Essa história que o
movimento é sem rumo por causa de várias reivindicações não existe. No
momento em que o país vai atrás dos seus direitos, você almeja ser
atendido", explica. No meio da multidão, um grupo de promotores de
justiça vestidos por uma única causa: a não aprovação da PEC 37. A
Proposta de Emenda Constitucional 37/2011 retira o poder de investigação
criminal do Ministério Público, passando a ser exclusivo das polícias
federal e civil.
Segundo
a promotora de Justiça Rita de Fátima Teixeira, caso a PEC seja
aprovada vai ficar ainda mais fácil a prática da corrupção no Brasil.
"Não me sinto de jeito nenhum como uma pessoa estranha nesse movimento.
Além de promotora, eu sou uma cidadã brasileira. Uma coisa que o
promotor nunca esqueceu é que ele é um cidadão e deve estar sempre ao
lado do povo, defendendo seus direitos. E essa PEC 37 claramente vai de
encontro ao povo brasileiro", desabafa.
O
polêmico projeto que prevê a "cura gay" também foi motivo de protesto
na avenida Frei Serafim. De autoria do deputado Marco Feliciano
(PSC-SP), o projeto foi aprovado esta semana na Comissão de Direitos
Humanos da Câmara Federal. "Ele é um despreparado para o cargo. Não
representa os homossexuais. E uma vergonha para o Brasil", disse a
manifestante Maria Laura.
O
percurso da passeata foi considerado tranqüilo apesar da grande
aglomeração de pessoas. As lojas do Centro e da avenida Frei Serafim
fecharam parcialmente. A Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego, por exemplo, funcionou normalmente. "Como o atendimento é
agendado, os serviços continuaram a ser feitos. Faltou apenas um
profissional, acho que temendo a manifestação", disse um funcionário.
Após se aglomerar em frente ao Palácio de Karnak, os manifestantes
seguiram até a Prefeitura de Teresina e, em seguida, se dirigiram para a
Assembleia Legislativa do Piauí.
Fotos: Alex Galvão
Fonte: Diário do Povo
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