A polícia da cidade de Floriano, a 244
km ao Sul de Teresina, investiga a denúncia de maus- tratos contra um
idoso de 94 anos. Imagens gravadas por testemunhas mostram cenas fortes
da agressão praticada pela própria filha da vítima.
As imagens foram feitas durante os
horários de banho por um dos denunciantes que preferiu não se
identificar. Em apenas três dias de gravação são pelo menos 15 agressões
verbais e físicas. Quem aparece nas filmagens é a filha do idoso,
Denilde da Costa Alvarenga, de 63 anos.
Nas gravações, a mulher empurra a cabeça
do idoso com a mão e com uma vasilha. A vítima recebe empurrões,
pancadas na cabeça, socos no rosto e uma forte cotovelada nas costas. Em
outro trecho da gravação, o denunciante afirma que a mulher joga água
gelada no pai, sendo que o banho é às 6h e o idoso chora. A mulher chega
a dar risada da situação.
Em outros momentos o idoso é empurrado e
por pouco não cai. A mulher tira a barba do pai e na sequência ela
empurra várias vezes a cabeça do idoso. Um vizinho da família, que
também preferiu o anonimato, relatou que se revoltou com a situação e
por isso decidiu fazer a denúncia ao Disque 100 dos Direitos Humanos.
“Falei com a atendente e pedi urgência no caso. O idoso apanhava todos
os dias. O pessoal dos direitos humanos me garantiu que iria agilizar”,
relatou.
Outro denunciante disse que há mais de
um mês levou o caso ao Ministério Público apresentando, inclusive, as
gravações. “Ela vive fazendo xingamentos, espancando o idoso e fazendo
graves ameaças, inclusive diz que vai matá-lo para ficar com a casa”,
contou o homem.
Denilde da Costa, que aparece agredindo o
próprio pai, se defende falando que está sendo perseguida e as imagens
foram montadas. “Eu nunca maltratei meu pai, com toda sinceridade. Ali
foi tudo montado, aquelas imagens foram montadas. Eu tenho 63 anos e
nunca judiei do meu pai”, argumentou.
O Ministério Público afirmou que fez a
denúncia à Polícia Civil, mas que vai cobrar mais rapidez na apuração
do caso. O órgão pediu a abertura do inquérito policial no dia 28 de
outubro e no dia seguinte o documento chegou à delegacia. As
investigações foram iniciadas, mas um mês depois nenhuma atitude mais
rigorosa foi tomada.
O delegado Walter Junior falou que a
maior dificuldade é encontrar testemunhas, mas já ouviu a mulher que
aparece nas imagens. Ele disse pediu a prorrogação do prazo do
inquérito.
“A gente pediu prorrogração de prazo e temos agora mais 30 dias para
concluir o inquérito, podendo se estender por mais 30. A dificuldade que
a polícia tem é colher depoimento de testemunhas, mas um procedimento
foi aberto e as investigações estão sendo feitas. A suposta acusada foi
ouvida e inicialmente ela nega. Em outro depoimento a mulher pede para
ficar calada, porém as imagens falam mais que as palavras”, afirmou o
delegado.O promotor Carlos Washington disse que até esta quarta-feira (10) será tomada uma medida sobre o caso. “As imagens mostram claramente as agressões e não exigem depoimentos testemunhais. Entraremos em contato com o delegado para cobrar a conclusão do inquérito e a remessa ao Ministério Público antes que chegue o recesso”, finalizou.
Fonte: G1
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