As imagens foram feitas durante os
horários de banho por um dos denunciantes que preferiu não se
identificar. Em apenas três dias de gravação são pelo menos 15 agressões
verbais e físicas. Quem aparece nas filmagens é a filha do idoso,
Denilde da Costa Alvarenga, de 63 anos.
Nas gravações, a mulher empurra a cabeça
do idoso com a mão e com uma vasilha. A vítima recebe empurrões,
pancadas na cabeça, socos no rosto e uma forte cotovelada nas costas. Em
outro trecho da gravação, o denunciante afirma que a mulher joga água
gelada no pai, sendo que o banho é às 6h e o idoso chora. A mulher chega
a dar risada da situação.
Em outros momentos o idoso é empurrado e
por pouco não cai. A mulher tira a barba do pai e na sequência ela
empurra várias vezes a cabeça do idoso. Um vizinho da família, que
também preferiu o anonimato, relatou que se revoltou com a situação e
por isso decidiu fazer a denúncia ao Disque 100 dos Direitos Humanos.
“Falei com a atendente e pedi urgência no caso. O idoso apanhava todos
os dias. O pessoal dos direitos humanos me garantiu que iria agilizar”,
relatou.
Outro denunciante disse que há mais de
um mês levou o caso ao Ministério Público apresentando, inclusive, as
gravações. “Ela vive fazendo xingamentos, espancando o idoso e fazendo
graves ameaças, inclusive diz que vai matá-lo para ficar com a casa”,
contou o homem.
Denilde da Costa, que aparece agredindo o
próprio pai, se defende falando que está sendo perseguida e as imagens
foram montadas. “Eu nunca maltratei meu pai, com toda sinceridade. Ali
foi tudo montado, aquelas imagens foram montadas. Eu tenho 63 anos e
nunca judiei do meu pai”, argumentou.
O Ministério Público afirmou que fez a
denúncia à Polícia Civil, mas que vai cobrar mais rapidez na apuração
do caso. O órgão pediu a abertura do inquérito policial no dia 28 de
outubro e no dia seguinte o documento chegou à delegacia. As
investigações foram iniciadas, mas um mês depois nenhuma atitude mais
rigorosa foi tomada.
O delegado Walter Junior falou que a
maior dificuldade é encontrar testemunhas, mas já ouviu a mulher que
aparece nas imagens. Ele disse pediu a prorrogação do prazo do
inquérito.
“A gente pediu prorrogração de prazo e temos agora mais 30 dias para
concluir o inquérito, podendo se estender por mais 30. A dificuldade que
a polícia tem é colher depoimento de testemunhas, mas um procedimento
foi aberto e as investigações estão sendo feitas. A suposta acusada foi
ouvida e inicialmente ela nega. Em outro depoimento a mulher pede para
ficar calada, porém as imagens falam mais que as palavras”, afirmou o
delegado.O promotor Carlos Washington disse que até esta quarta-feira (10) será tomada uma medida sobre o caso. “As imagens mostram claramente as agressões e não exigem depoimentos testemunhais. Entraremos em contato com o delegado para cobrar a conclusão do inquérito e a remessa ao Ministério Público antes que chegue o recesso”, finalizou.
Fonte: G1
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