O
documentou é divulgado após liminar concedida pelo juiz da 1ª Vara dos
feitos da Fazenda Pública, Aderson Antonio Brito Nogueira, que
determinou que o governo do Estado abstenha-se de cobrar cumprimento de
carga horária acima do previsto em lei pelos delegados.
A
liminar também proíbe o acúmulo de comarcas, exceto em casos especiais e
provisórios como férias ou licenças e com a devida remuneração para
tal. O sindicato denuncia que existem delegados respondendo por até oito
comarcas no Piauí.
“Muitos delegados estão até
arcando com o valor para o deslocamento de uma cidade para outra. Esse
custo deveria ser coberto pelo Estado. Do jeito que está é altamente
ilegal”, analisa a presidente do Sindicato, Andréa Magalhães.
Recomendações:
Tendo
em vista o teor da decisão, proferida nos autos do
Processo0007580-86.2014.8.18.0140, a qual determinou liminarmente que o
Estado se abstenha de determinar que os Delegados de Polícia Civil
perfaçam carga excedente da prevista em lei, bem como se abstenha de
designar Delegado de Polícia para acumular função com outras delegacias
municipais, cabendo somente em caso de férias e licenças médicas, e
ainda assim de maneira remunerada, vem apresentar a presente carta de
recomendação a todos filiados, no intuito de dar cumprimento à citada
ordem, de maneira que cause menos prejuízo a população. Eis que passamos
a recomendar;
1. Que todos
os Delegados de Polícia deste Estado, designados a cumular mais de uma
função ou cidade, abstenham-se de dar cumprimento as citadas cumulações,
devendo eleger somente uma unidade, que ora beneficie o maior número de
pessoas, local este que passará a ser sua sede para atendimento diário e
plantões. Saliente-se que deve ser respeitado o limite da jornada de
trabalho semanal de 44 (quarenta e quatro) horas, sendo o horário
excedente, considerado serviço extraordinário, e das 22:00 às05:00 às
horas, expediente noturno, os quais deverão ser devidamente renumerados;
2.
Que o atendimento nas demais unidades, ora cumuladas
indevidamente, deverá se dar na unidade eleita, e somente em situações
de flagrante delito e requisições periciais, os quais deverão ser
conduzidos diretamente à autoridade policial, em sua unidade sede;
3.
Que os procedimentos em andamento, instaurados nas unidades
cumuladas indevidamente, os quais não se tratarem de autuações de
flagrante delito, ou seja, iniciados mediante portaria, dada a
impossibilidade de conclusão diante da ordem judicial, sejam
encaminhados, na maneira que se encontram, ao Poder Judiciário, com
cópia da decisão, ora objeto da presente recomendação;
4.
Que cada Delegado Titular oficie imediatamente o Delegado Geral de
Polícia Civil, informando qual a sua cidade de atendimento, bem como
relacionando as demais que, porventura, não terão atendimento diário,
exceto, conforme o item 2, em casos de flagrantes delitos, para que
este, caso discorde da indicação da unidade sede o faça formalmente,
justificando a indicação de outra cidade, sendo que esta deve se ater a
uma das quais o delegado foi previamente designado, sob pena de incorrer
em violação à Lei 12.830/13;
5.
Que nas cidades onde o Delegado cumula várias delegacias, o
atendimento deverá seguir os mesmos critérios, dando preferência aos
delitos de natureza mais graves, cito contra a vida, dignidade sexual e
ou hediondos, ficando os demais atendimentos para somente situações
flagranciais;
6. Que nas
cidades onde o Delegado cumule plantões e expediente, que seja
respeitada a escala de 24 (vinte e quatro) por 72 (setenta e duas)
horas, devendo-se priorizar os plantões, cabendo à Delegacia Geral
preencher as lacunas nas delegacias responsáveis pelo expediente;
7.
Que ficam advertidos todos Delegados de Polícia Civil que o
descumprimento da ordem judicial, acarretará aos descumpridores, as
sanções legais previstas ao crime de desobediência, sem prejuízo a
outras cabíveis, as quais serão de praxe comunicadas por este sindicato
ao juízo prevento, sendo de igual providência também às pessoais que
assim violarem a ordem;
8.
Que uma via de igual teor seja encaminhada ao Secretário de Segurança
do Estado do Piauí, ao Delegado Geral de Polícia Civil, ao Chefe de
Governo do Estado do Piauí, à Ordem de Advogados Secção Piaui, à
Defensoria Pública do Estado, e ao Ministério Público Estadual, para o
devido conhecimento.
Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de Carreira do Estado do Piaui
Lívio Galeno
liviogaleno@cidadeverde.com
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