A presidente respondeu a três perguntas dos convidados, mas o único ponto crítico partiu do jornalista e empresário João Dória Júnior, que perguntou à presidente sobre a crise de credibilidade que o país estaria vivendo. Ele contou ter participado de um encontro de empresários e investidores nos Estados Unidos e ter concluído que o país tem "quase nenhuma" credibilidade. Dória Júnior perguntou também sobre a falta de investimentos americanos no país.
— Ela deu dados que falam do crescimento do país, da taxa de desemprego, comparativamente com os Estados Unidos, que na verdade não estão crescendo como diziam que iriam crescer. A presidente disse: os Estados Unidos acreditam fortemente é no México e o que eu posso fazer com isso? — relatou Lottenberg.
Para defender o baixo crescimento econômico do país, Dilma também comparou seu governo com os três primeiros anos de seus antecessores, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
— Os tetos inflacionários também foram elevados e, aliás, maiores do que ela está enfrentando neste momento — disse Lottenberg, que completou: — Todos saímos extremamente sensibilizados pelo carinho e até pela forma estruturada com que a presidente coloca as coisas. Ela conhece profundamente os números. Ela é, realmente, uma pessoa diferenciada.
À comunidade judaica, Dilma disse estar preocupada com o avanço de partidos de direita no Parlamento europeu e contou que, depois que escreveu aos líderes religiosos internacionais pedindo uma mensagem para a Copa do Mundo, os primeiros a responder foram os rabinos-chefes de Israel. Ela chegou a entregar uma cópia da mensagem israelense, que fala sobre paz, ao presidente da Conib.
Petistas da comunidade judaica participaram do jantar, como o prefeito Fernando Haddad e o governador Jaques Wagner. Entre os empresários, estavam Elie Horn, da Cyrela, Meyer Nigri, da Tecnisa, Ivoncy Ioschpe, fundador da Iochpe-Maxion, Daniel Feffer, do grupo Suzano.
Este é o terceiro jantar oferecido pela comunidade judaica a pré-candidatos à Presidência. O tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos já se reuniram com o grupo. Tanto eles como Dilma receberam mimos com significado religioso da comunidade israelita. Dilma ganhou de Lottenberg com um menorah, o candelabro judaico.
FONTE:
OGlobo
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