A
Telexfree e outras duas empresas – BBOM e Mister Colibri – foram
denunciadas pelo Procon do Piauí à Polícia Federal e à Delegacia de
Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Relações de Consumo
(DECCOTERC). O órgão de proteção ao consumidor requisitou às polícias a
instauração de inquérito policial.
As três empresas foram identificadas
como organizadoras de “pirâmide financeira”. Neste tipo de fraude,
inicialmente, de forma aparente, não se vislumbra qualquer
irregularidade, tanto que a empresa pode cumprir a oferta veiculada.
O problema está no fato de que,
inevitavelmente, o sistema começa a ruir, prejudicando principalmente os
últimos clientes que não recebem o bem ou o valor prometido.
A atenção do Pronco – PI se voltou
contra a Telexfree, BBOM e Mister Colibri diante do grande número de
consumidores que, em busca de ganhos financeiros imediatos, estavam
aderindo aos negócios.
Nas operações financeiras que utilizam o
sistema de “Pirâmide de Ponzi”, as empresas aparentemente lícitas têm
como objeto uma atividade que não possui qualquer viabilidade econômica.
Em decisão recente (18/06), a 2ª Vara
Cível da Comarca de Rio Branco, no Acre, julgou procedente uma ação
civil pública proposta pelo Ministério Público do Acre e suspendeu os
pagamentos e a adesão de novos contratos à empresa de marketing
multinível TELEXFREE, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
A Senacon (Secretaria Nacional do
Consumidor) vem fazendo o monitoramento desses grupos, inclusive com a
solicitação da análise da constituição das empresas e de suas atividades
pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), do Ministério da
Justiça.
Veja o passo a passo do golpe da pirâmide financeira:
1º passo – O golpista escolhe um produto
qualquer e monta uma primeira lista de supostos vendedores com 10
nomes. Como o trapaceiro está iniciando o processo, provavelmente os
nove primeiros nomes da lista são clientes fantasmas, criados por ele;
2º passo – As dez pessoas que receberam a
lista pagam o bônus para o primeiro da lista. Depois, montam uma nova
lista, na qual o primeiro nome é excluído e a pessoa coloca o seu
próprio nome na 10ª posição.
3º passo – A nova lista é vendida para
novas dez pessoas que pagam o primeiro da lista e montam novas listas,
incluindo seu nome no 10º lugar e o nome de quem vendeu para elas no 9º
lugar, e assim sucessivamente. Portanto, a primeira pessoa a quem a
lista foi vendida terá que esperar nove rodadas, antes de começar a
receber o retorno.
Quando chega sua vez, os primeiros
compradores conseguem ganhar bom dinheiro, à custa dos que entraram
depois. Cria-se a fantasia de que todos ficarão ricos. Ocorre que o
crescimento da pirâmide é insustentável. Chegará um momento em que o
mercado inevitavelmente irá saturar e o fornecedor não conseguirá atrair
novos clientes em quantidade suficiente para suprir a falta de
pagamento dos valores a que os “contemplados” têm direito.
Fonte: Ascom Procon - PI
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