Mulher mata criança de 6 anos e esconde corpo em mala em Barra do Piraí ...
Para delegado, morte de João Felipe, de 6 anos, era 'plano B' de Susana. 'Quis agilizar as coisas', disse funcionária que liberou João de escola.
Do G1 Rio
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Imagens de câmeras de segurança do Hotel São Luís, em Barra do Piraí,
no Sul Fluminense, onde Susana do Carmo Figueiredo disse ter matado João Felipe Bichara,
de 6 anos, na segunda-feira (25), mostram os momentos em que a manicure
entra com o menino andando e sai com o corpo dele no colo. O vídeo foi
exibido no Fantástico deste domingo, 31 (veja reportagem completa ao lado).
Susana está em Bangu (Foto: Divulgação / Seap)
Depois de ligar para a escola onde João estudava se passando pela mãe
dele, pedir para que fosse liberado da aula e o colocado em um táxi, ela
disse ter asfixiado João em um quarto do hotel. O corpo foi achado em
uma mala, na casa de Susana. O motivo ainda não ficou claro para a
polícia, já que a manicure contou versões variadas da história. O
depoimento do pai da vítima, Heraldo Bichara Júnior, previsto para esta
segunda-feira (1°), deve ser esclarecedor para concluir o caso, segundo o
delegado José Mario Omena.
João tinha 6 anos (Foto: Reprodução/GloboNews)
“Os indícios apontam que o foco era o pai. Todo mundo sabe que marido e
mulher se separam. O filho poderia ser um obstáculo para a Susana
conquistar o pai. Acho que é por aí. Ela pode ter sido rejeitada por ele
também", explicou.
'Plano B'
Segundo o delegado, a mãe de João era amiga de Susana havia três anos,
quando começou a fazer as unhas com ela. À polícia, Aline Bechara disse
que vinha sendo procurada pela manicure para que viajassem juntas, o que
não aconteceu. "Então ela foi pro plano B. Então ela investiu contra a
criança", explicou Omena. "Quem mata o filho de um casal que conhece já
sabe de antemão que vai atingir gravemente esse casal (...) Só se mata
uma criança ou por vingança ou qualquer tipo de ira, né?"
Susana, que está presa em penitenciária em Bangu, Zona Oeste do Rio,
contou que queria apenas dar um "susto" na família. "Eu não queria fazer
isso com a criança. Eu ia dar um susto. Só que acabou, as coisas
acabaram acontecendo desse jeito. Eu tinha os motivos. Eu já falei pra
eles o motivo que eu tinha", acrescentou, sem citar as razões.
Liberação da escola
Devido à amizade, a manicure conhecia a rotina da família, fato que
facilitou a liberação de João do colégio, e não fez com que ele
questionasse ser buscado por Susana, com quem foi brincando no táxi,
segundo o motorista Rafael Fernandes. Por telefone, ela simulou para
uma funcionária do colégio ser a mãe do menino e disse que a babá teria
se enganado ao mandá-lo para a escola, e que iria pedir para alguém
buscá-lo para uma consulta médica.
"Estava de cabelo escovado, estava maquiada, estava com uma bolsa bonita, de óculos escuro", descreveu o taxista.
Rafael foi o responsável por entregar Susana à polícia. A notícia do
desaparecimento do menino rapidamente rodou a cidade depois que a mãe
chegou para buscar João e foi informada de que alguém havia o levado
antes. Eneas, taxista que pegou manicure e a criança no hotel e as levou
para a casa dela, passou o endereço para os policiais. Rafael, que
tinha os números da mulher no celular, marcou um encontro.
"Ela não queria entrar. Aí eu falei: 'Entra aqui que a gente só vai
conversar'. Aí ela falou: 'Tá bom, vou confiar em você'. Foi na hora que
ela entrou, eu travei a porta e fui embora", contou, lembrando que a
manicure ficou muito nervosa e pediu que a soltasse.
Colégio instala câmeras
João Felipe tinha entrado no Colégio Medianeira em fevereiro. Junto com
outras 27 crianças, cursava o 1º ano, no início da alfabetização.
Segundo os professores, era uma criança alegre e inteligente e um dos
primeiros a terminar as tarefas em sala de aula. Agora, o desafio dos
funcionários e dos quase 600 alunos é tentar retomar a rotina a partir
desta segunda.
"Tomaram-se algumas medidas. Houve instalação de monitoramento de
câmeras, na entrada, externa, interna, nos corredores. Vai ser feito um
trabalho com os pais, vai ser feito uma reunião com os pais, assim na
retomada das aulas", disse a advogado da escola, Tânia Maria Moraes.
Os alunos terão ajuda de um psicólogo e de um padre e a turma de João
Felipe vai estudar em uma nova sala. "Que isso, de certa forma, sirva de
exemplo pra criar normas rígidas de conferência. Ah, a mãe ligou... Não
pede telefone a quem ligou, não. Vai ligar para os telefones que
estiverem constando na ficha. Se não atender, nada feito", disse Omena.
'Ambiciosa', diz parante
Uma parente de Susana, que não quer ser identificada, disse que a
manicure era ambiciosa. "Fazia unha, tudo bem, mas pra ela era pouco.
Gostava de se envolver com pessoas de dinheiro, essas coisas."
Crimes semelhantes
Coincidências ligam este crime a dois outros. Para matar Taninha em
1960, Neyde Maria Lopes fingiu ser a mãe da criança pra pedir que a
menina saísse mais cedo da escola. Neyde, que ficou conhecida como "Fera
da Penha", bairro do Rio onde aconteceu o caso, tinha a mesma idade de
Susana quando cometeu o crime: 22 anos.
Em 2011, Luciene Reis Santana matou uma menina de 6 anos, mesma idade
de João Felipe. O crime também foi cometido em um quarto de hotel, em
Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As duas mulheres tinham sido
amantes dos pais das vítimas.
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